terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

BELEZA
Tua nudez assim exposta
Faz-me sereno rebanho
De ovelhas pastando astros
O leite do teu corpo
Faz-me moço tal
Um broto de hortelã
Que gela a madrugada
És a uniflor deste momento
Flor esta
Que são todas as outras em si concentradas

Marconi Barros
INÉRCIA

Entre muros, projetos e hipóteses
Vou destilando este vinho pobre
Das possibilidades que me rodeia.
Ancorado em pleno mar de inércia
Contemplo a inutilidade da ilha
Em que me tornei.
Lá fora o vento iça velas,
Muda rotas, causa tempestades, bonança
E eu aflito, inseguro, elaboro discursos
Sobre possibilidades e esperança.
Sob meus pés,
Um velho marinheiro,
Sem forças, outrora companheiro da
Liberdade e da aventura.
Do convés,
Contempla,
Silenciosamente,
A Boceta de Pandora.

Edson C. Alencar (gallo)